Assembleias e os CAPS
- claudiabraga10
- 2 de fev. de 2022
- 1 min de leitura
A assembleia é uma estratégia de confronto e diálogo. Não é uma roda de conversa realizada de tempos em tempos para coletar opiniões ou para deliberar formalmente sobre alguma questão do CAPS. A assembleia, como estratégia, é entendida como um espaço aberto e democrático em que, com e entre todos, podem ser debatidas as contradições e conflitos vividos no serviço, podem ser refletidas e construídas a projetualidade do próprio serviço, podem ser debatidas situações da vida comum do território, como a violência urbana e o racismo. É uma estratégia de discussão coletiva que é capaz de gerar novos pactos, novos arranjos – mesmo que provisórios e válidos apenas até a próxima assembleia. É estratégia e espaços de redistribuição do poder nas relações entre usuários do serviço, familiares e trabalhadores pode ocorrer, legitimando os saberes e os recursos de todos, e reconhecendo o valor de todos para trocas sociais. A assembleia se coloca, enfim, para além do serviço, se conecta com o território.
E isso é fundamental na saúde mental porque para garantir cuidado em liberdade é preciso modificar o próprio território. É preciso transformar a cidade. E isso é feito nessas micro transformações cotidianas em que o serviço territorial investe nas pessoas e no território. Como afirma Rotelli, é trabalho do serviço público e territorial de saúde mental ativar recursos, criar estratégias a partir da comunidade pra desenvolver a comunidade. O serviço territorial e público tem essa característica: ele investe no comum. E os trabalhadores participam da construção do comum, constroem o próprio serviço e a própria prática.
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