A reforma psiquiátrica avança
- claudiabraga10
- 25 de ago. de 2020
- 1 min de leitura
O dia começa mais feliz quando você recebe fotos de pessoas saindo em definitivo de um hospital psiquiátrico, que está sendo fechado, e sabe que essas pessoas estão retornando para suas casas e para novos lares em SRTs.
Ver pessoas institucionalizadas há 10 anos que te indagaram quase sem esperança quando sairiam de lá e poderiam retornar às suas casas, voltando para casa com um sorriso enorme no rosto, é de uma alegria imensa.
Isso contínua sendo possível, mesmo nesse contexto de retrocessos, pelo histórico e solidez das práticas e mecanismos estabelecidos na reforma psiquiátrica brasileira. Um processo de desinstitucionalização que dá os primeiros passos em abril de 2018 com a constituição de um grupo condutor de desinstitucionalização e que é, de fato, impulsionado a partir de uma decisão judicial em abril deste ano, após uma avaliação deste hospital psiquiátrico a partir das condições de garantia e violação de direitos humanos. Processo que se apoia em todas as conquistas da reforma psiquiátrica em anos de democracia.
Hoje, no Rio de Janeiro, mais sete pessoas deixarão de morar em um manicômio e passarão a viver em liberdade. Muitas já deixaram esse manicômio. Ainda faltam algumas. Vamos até o final, até a última pessoa reconquistar sua liberdade, e daí, como aprendemos com a experiência italiana de desinstitucionalização, é jogar sal naquela terra para que nunca mais um manicômio nasça ali.
Salve a luta antimanicomial e tudo o que foi construído por tantas pessoas até aqui, possibilitando que, mesmo em tempos sombrios, processos de desinstitucionalização aconteçam!
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